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Dicas de Saúde / Psicologia
 
Queridinho da mamãe
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Ao escrever esse texto, ainda não sei se quem matou a Norma (Glória Pires) foi o vilão Léo (Gabriel Braga Nunes), na novela Insensato Coração que terminará logo mais a noite. Mas não importa, pois se o fez será mais uma das maldades aprontadas pelo galã com cara de anjo e alma endiabrada. Ele sequestrou a mocinha da novela, tentou destruir o irmão herói, seduziu e roubou senhoras inocentes, lesou o pai: enfim, não foram poucas as falcatruas do jovem invejoso e com ganas de poder.


O comportamento perverso e sem remorso de Léo levantou questões entre a população naquele alcance inacreditável que uma novela da Globo é capaz de ter e uma das mais interessantes é se a mãe de Léo tem culpa dele ter ficado como ficou . Na primeira página da UOL de hoje há uma reportagem sobre o assunto, afirmando que o fato de Wanda (Natália do Valle) superproteger tanto o filho, não enxergar os seus erros e fazer diferença entre os dois filhos pode ter contribuído negativamente para sua personalidade.


Há ainda na mesma página uma divertidíssima pesquisa sobre que tipo de mãe você é, baseada nas personagens da novela: superprotetora como Wanda, controladora como Eunice (Debora Evellyn), zelosa como Sueli (Louise Cardoso) ou ética como Aidê (Rosi Campos). Um aspecto interessante da brincadeira é que as perguntas são baseadas em pequenas atitudes vividas pelas mães no dia a dia, como interferir em uma nota baixa na escola, sustentar um castigo, obrigar o filho a comparecer em um programa familiar pré agendado, etc. Enfim, dúvidas e atitudes que todas as mães vivem, ressentimentos amargurados no final do dia, culpas remoídas e assunto de conversa no café com as amigas. A dúvida que atormenta toda mãe preocupada é se está fazendo correto, se o filho dará certo na vida se há uma melhor maneira de fazer. O medo de fracassar perturba as mães e reportagens como a da UOL chacoalham muita gente, pois pressupõem corretamente que água mole em pedra dura... , ou melhor, as pequenas ações educativas que tomamos, ou deixamos de tomar, repetidamente, influenciarão no caráter das crianças.


Uma das atitudes criticadas em Wanda era fazer diferença entre os filhos e Léo ser o seu queridinho . Essa atitude, tão criticada e aparentemente injusta é mais comum que imaginamos, de acordo com profissionais que trabalham com famílias. Ellen Libby atende famílias há 35 anos e escreveu um livro baseado nessa experiência, The Favorite Child , onde afirma que a maioria dos pais, se não todos, tem um filho preferido. Mas são raros os que admitem isso .


Esses profissionais afirmam que os pais amam seus filhos, mas há uma parte do amor que está relacionada à afinidade e aos gostos, que faz com que o relacionamento seja mais fácil com o filho mais parecido com os pais do que com o diferente. Esse favoritismo pode ser irracional e depende de uma química que se forma entre a criança e o adulto, segundo Libby. A boa notícia é que nem sempre ele é danoso, pois outros membros da família também adotarão preferência pelos outros filhos, da mesma maneira. Assim, um será o querido do papai porque tem os mesmos princípios, outro da mamãe porque se parece com ela, outro dos avós porque passou mais tempo com eles e assim por diante. Também ocorre das preferências mudarem durante a vida, de acordo com a fase que os filhos estão passando.


Mas se houver um exagero e uma fixação na preferência, as consequências farão do queridinho uma pessoa mais manipuladora, irresponsável, dependente e com poucos vínculos sólidos na vida, relacionando se com as pessoas de uma maneira utilitária, enquanto elas satisfazerem suas necessidades.
Léo foi o queridinho de Wanda e suas atitudes de passar a mão na cabeça do filho, contrariar as regras que o pai tentava ensinar e negar todos os erros do menino contribuíram para a personalidade adulta do filho, pois ninguém nasce ético e se torna canalha da noite para o dia. Entre outras falhas, são várias passadas de mão na cabeça, de muitas pessoas, por anos a fio.
 
Fonte : Dra. Renata de Luca Publicado : 19/08/2011
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