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Dicas de Saúde / Psicologia
 
Antecipação de Ano nas Escolas
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Estamos no período de fechamento do ano escolar, com soma de médias, recuperações e matrículas para 2012. Quando a contabilização do ano escolar não foi boa é necessária uma avaliação também em casa, uma espécie de reunião de conselho familiar , para buscar as causas das dificuldades. Faltou dedicação? Organização? Interferência de algum problema particular? Escola inadequada?
Conheço famílias que antes mesmo de fazerem essa auto avaliação já concluem que devem mudar de escola. Em geral, só trocam o problema de endereço. Essa nunca deve ser a primeira opção. Mudar de escola é uma coisa séria e só deve ser feita se os pais estiverem convencidos que será a melhor opção e jamais para fugir das dificuldades.
Criança sem limite será sem limite em qualquer lugar e aluno sem ferramentas básicas para aprender não conseguirá isso mudando de endereço. É evidente que escolas têm condutas e métodos diferentes e alguns alunos se adaptam melhor em determinada instituição de ensino, mas não existem milagres. São fundamentais para o aprendizado: ferramenta cognitiva, desenvolvimento emocional, desejo de saber, disciplina, concentração e esforço.
Outra dúvida que costuma surgir antes da matrícula é se o aluno com dificuldade deve ir para a série seguinte ou não. Para isso, não há regra e apenas conversando coma escola, essa decisão poderá ser tomada, pois existem situações onde a repetência faz muito bem para o aluno, como em casos de imaturidade (nas crianças dos primeiros anos do ensino fundamental) ou da falta de responsabilidade (em alunos adolescentes).
Nossa cultura repleta de psicologismos costuma se preocupar com os efeitos negativos da repetência e o que mais preocupa os pais é como a criança vai se sentir ao ver os amigos passarem de ano e ela não, se isso não fará um estrago na auto estima dela. Em geral, não. Criança faz amigo novo em uma semana e se sustentarmos que aquilo será para o bem dela, ela confiará no adulto. Além do mais, nada que fazemos novamente, fazemos da mesma maneira.
Tivemos a experiência de segurar uma filha de ano, quando ela tinha cinco anos e hoje sei que fizemos a coisa certa. Ela era uma daquelas crianças beneficiadas com a lei da aceleração, que autoriza aos nascidos após o meio do ano cursar a série seguinte, ou seja, fez o primeiro ano do ensino fundamental com cinco anos de idade. Com até 11 meses de diferença das amigas, estava sempre atrás nas brincadeiras, não tinha as mesmas habilidades motoras, nem a concentração exigida para fazer as lições, resultando em choro, falta de aprendizado, desequilíbrio emocional e agressividade com os colegas de classe. Antes de chegarmos à conclusão da criança que estudar é chato ou a escola é chata , seguramos e ela fez o primeiro ano novamente. Nossos problemas desapareceram na mesma medida em que a alegria e o interesse dela pelo estudo aumentaram.
Sou convictamente contrária à aceleração, pois nesses anos de experiência profissional, vi mais estragos que benefícios para aqueles que entram no primeiro ano longe de completarem seis anos de idade. Para a criança, criará a sensação de correr sempre atrás do trem , seja na aprendizagem ou nas relações sociais. Em geral, a aceleração só faz bem para o narcisismo dos pais.
Semana passada, acompanhamos notícias de pais que estavam garantindo na justiça o direito de anteciparem seus filhos na escola. Essas coisas jamais deveriam ser resolvidas no âmbito jurídico e sim em um consenso entre família e escola. Nesse assunto, os pais devem escutar as escolas, que sabem das condições de cada aluno.
Nem sempre ganha quem chega ao final antes, aliás, quem disse que existe linha de chegada para quem quer aprender?
 
Fonte : Dra. Renata De Luca Publicado : 05/12/2011
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