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Uma dor forte no peito. E agora? Procurar ou não ajuda? É ou não infarto? Na dúvida, afirmam especialistas, o melhor é procurar rápido por atendimento médico. Isso porque, no caso real de um evento cardíaco, o risco de mortalidade aumenta a cada minuto que passa. 50 das paradas cardíacas acontecem na primeira hora do infarto , alerta o cardiologista Manoel Canesin, de Londrina, consultor técnico de emergências cardiovasculares da coordenacão geral de urgência e emergência do Ministério da Saúde. Ele cita ainda outro número alarmante: 37 dos episódios de dor prolongada culminam em parada cardíaca na primeira hora .
Mas como saber se a dor é mesmo importante? Canesin explica que se ela se prolongar por mais de 15 minutos, mesmo com a pessoa em repouso, é preciso buscar atendimento hospitalar e investigar. É uma dor no meio do tórax, como um aperto, que tem intensidade e duração variadas, e que pode irradiar se para o braço esquerdo, pescoço e até para a mandíbula , indica o cardiologista Hélio Castello, de São Paulo, ressaltando que a dor no peito é o sintoma mais comum, ocorrendo em 80 dos pacientes. Outros sintomas mais raros, mas que podem ocorrer, são a fadiga, falta de ar, palpitações, suor frio, enjoo e desmaios. Algumas pessoas nem apresentam tais sintomas, mas também podem ter o problema , completa Castello.
Canesin explica que existem três grandes artérias que irrigam, cada uma, uma parte do coração. Se um coágulo ou gordura entope uma das artérias, o sangue deixa de ir para o coração e falta oxigenação , ressalta. Com a falta de oxigenação, além da necrose do músculo, o coração fica mais sensível à arritmia, alteração dos batimentos, e nesse ritmo alterado pode parar. Nos mais jovens, há mais chance do infarto ser fatal, explica Canesin, justamente porque ele ainda não teve tempo para se formarem as chamadas artérias periférias, espécie de rotas alternativas , que ajudam a irrigar o coração.
A atenção para o infarto é importante, ressalta Canesin, não só pelo risco de morte, mas pelas consequências. Uma das sequelas possíveis é a insuficiência cardíaca, uma das doenças de pior qualidade de vida , que causa falta de ar, cansaço, fraqueza, astenia (perda ou diminuição da força física), e leva a um alto consumo de medicamento e à limitação de atividade física.
É uma dor no meio do tórax, como um
aperto, que tem intensidade e duração variadas, e que pode irradiar se para o braço esquerdo, pescoço e até para a mandíbula Hélio Castello, cardiologista |