|
O refluxo acontece quando os mecanismos de contenção dos líquidos estomacais não funcionam corretamente. Entre o esôfago e a entrada do estômago existe uma espécie de válvula muscular (esfíncter funcional) que tranca a entrada e impede o bolo alimentar de voltar ao esôfago.
Devido a fraquezas ou disfunções musculares, o estômago que fica no abdômen se desloca em direção ao tórax e forma a chamada hérnia de hiato. Aí está a aberta a passagem para o suco gástrico subir para outros órgãos do aparelho digestivo, sem a sensação de enjoo ou vômito.
Como o líquido estomacal é extremamente ácido, as mucosas do esôfago e da boca reagem e ficam inflamadas e irritadas, o que origina a chamada doença do refluxo gastroesofágico. Os sintomas são azia, queimação e dor no tórax. Dependendo da agressão sobre o esôfago, o desconforto é tão intenso que parece que a pessoa está infartando. Também pode ocorrer tosse seca, caso o refluxo atinja a laringe.
Existem vários procedimentos importantes a serem adotados para prevenção. A obesidade é um quadro que favorece a ocorrência de refluxo, assim como o uso de roupas apertadas, pois aumentam a pressão abdominal. Também se deve ter cuidado com alimentos ricos em cafeína (café, chás preto e mate), chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, e bebidas alcoólicas e gasosas.
A terapia, muitas vezes, é a mudança de comportamento que englobe os cuidados citados, junto com o uso de medicamentos. Em casos mais graves, quando o paciente não aceita ou não responde ao tratamento, o recurso é a cirurgia, que irá consertar a válvula antirrefluxo. O procedimento pode ser convencional ou por meio da vídeo laparoscopia, que é menos invasiva e com ótimos resultados.
Carlos A. Sabbag médico cirurgião do aparelho digestivo (Curitiba) |