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Existe uma grande controvérsia nos meios acadêmicos e nas escolas sobre a utilização de medicações para melhorar o aprendizado de crianças que apresentam mau rendimento e/ou problemas comportamentais no ambiente escolar.
No País existem grupos que são favoráveis e outros que julgam inaceitável tal prática. Este último se baseia no argumento de que o fracasso individual decorre de uma ineficácia ambiental, colocando a culpa no contexto social, escolar, familiar e histórico, partindo do princípio que toda a criança aprende, mas que acontecimentos variáveis de sua vida e o sentimento capitalista de competição a impedem de atingir o desejável para o sucesso acadêmico.
Este mesmo grupo não acredita em transtornos comportamentais, desatencionais, de linguagem e outros distúrbios de natureza neurobiológica que possam comprometer o aprendizado escolar isoladamente ou associado a fatores contextuais.
A literatura internacional e a abordagem educacional em países avançados com nível acadêmico privilegiado mostram que fatores neurobiológicos também causam imensos prejuízos na relação ensino aprendizagem, sendo fundamental a detecção e a intervenção precoce multidisciplinar para se aliviar as consequências sempre negativas de diversos distúrbios. Uma das estratégias seria a medicalização de pacientes com indicação precisa e por meio de acompanhamento médico.
A escola não consegue, muitas vezes, assumir integralmente as necessidades de crianças com dificuldades neurológicas de aprendizado, já que sua grande maioria precisa de suporte fonoaudiológico e psicopedagógico. Também é visível que tais tratamentos são dispendiosos tanto financeiramente quanto no tempo que exigem dos pais.
A medicação otimiza o suporte multidisciplinar e reduz o tempo e os custos. Tais medicações, ao contrário do que se divulga, são seguras, preconizadas por associações responsáveis e por profissionais médicos experientes.
Clay Brites neuropediatra (Arapongas) |