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O diabetes (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações e disfunções de vários órgãos, entre eles, os olhos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que após 15 anos sem controle glicêmico adequado, 2 dos indivíduos acometidos estariam cegos e 10 teriam deficiência visual grave.
Dificuldade de foco, catarata, glaucoma e danos na retina são as principais complicações oftalmológicas provocadas pelo não controle do DM. Responsável por 2 dos casos de cegueira no mundo todo, a Retinopatia Diabética (RD) é uma complicação do DM e acontece quando os vasos sanguíneos da retina são danificados. O nível elevado de glicose torna o sangue mais denso e provoca problemas circulatórios em todos os vasos sanguíneos do corpo.
Com o tempo, os pequenos vasos da retina são lesionados e, em uma fase mais avançada, pode ocorrer uma neovascularização, um crescimento anormal de vasos sanguíneos na retina, que podem se romper a qualquer momento. Esses distúrbios podem prejudicar a visão e chegam até mesmo a provocar cegueira.
A RD é a principal forma de cegueira irreversível no Brasil, não apresenta sintomas nas fases iniciais, mas evolui acometendo a maioria dos portadores de DM ao longo do tempo. A perda da visão pode ocorrer de duas maneiras: os vasos sanguíneos frágeis podem crescer desordenadamente na retina e se romper espalhando o sangue para o centro do olho; ou o fluído ocular pode vazar com o rompimento dos vasos fazendo a mácula (parte do olho responsável pela percepção dos detalhes) inchar, alterando a visão.
Para diagnosticar, rastrear e monitorar a RD, todo indivíduo diabético deve se consultar com o oftalmologista anualmente para o exame de mapeamento de retina, que permite a análise de todas as estruturas da retina, nervo óptico e vítreo.
Erika Hoyama, oftalmologista (Londrina) |