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Dicas de Saúde / Psicologia
 
As Escolas e o Facebook
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Jannah Nebbeling foi suspensa pelo conceituado Colégio pH, do Rio de Janeiro, por ter criado uma comunidade na rede social Facebook para troca de informações sobre tarefas escolares, resoluções de exercícios que valiam nota e discussões de provas entre seus colegas de classe do primeiro ano do ensino médio. O assunto foi parar na justiça, pois a família de Jannah se queixou de danos morais, alegando que a jovem foi constrangida pela diretora da escola e coagida a apagar a página no Facebook, pois lhe foi dito que se não fizesse isso, a mãe poderia ser presa por crime cibernético.

A escola diz lamentar que um assunto estritamente educacional tenha sido levado à justiça e em nota escreveu que a instituição tomou as medidas cabíveis, seguindo sua linha pedagógica, ao constatar que a aluna administrava página em rede social na qual usava o logo da instituição e veiculava material didático do colégio sem autorização e de forma inadequada .

Em Osasco, alunos do Sesi colocaram no Facebook uma foto da turma deitada em colchonetes deixados no pátio da escola para uma aula de educação física e acrescentaram a legenda vejam as aulas que temos no Sesi . Uma professora viu, avisou a direção, que exigiu a retirada da foto e deu uma bronca nos alunos pela brincadeira.

Imagens de alunos namorando na escola também correm pelos sites de relacionamento, como no Colégio Rio Branco, em São Paulo, onde foi postado na rede um vídeo de dois alunos menores de idade fazendo sexo vestidos com a camiseta da escola. Os alunos e seus familiares foram chamados; a menina saiu voluntariamente da escola e o menino e seus colegas que postaram o filme foram convidados a sair.

Exemplos como esses crescem nas escolas públicas e privadas nacionais, principalmente entre os alunos do ensino médio, consumidores ávidos dos sites de relacionamento. Usam os sites para trocar informações das aulas, fazer exercícios, colar lição dos colegas, compartilhar eventos sociais, fotos e brincadeiras.
O que fazer? Como ficam as escolas nisso? Elas têm o direito de interferir no que os alunos postam de suas casas? Uma coisa é fato: não há como fugir desse mundo cibernético que tanto atrai os adolescentes e nem dissociar isso das escolas.

A advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista em direito digital, defendeu em uma entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo o monitoramento feito pelas escolas dos conteúdos postados na rede. Disse ela: a escola tem uma missão educacional e um dever de garantir a segurança de seus alunos e professores. Não existe mais uma fronteira física (muro da escola) tão bem definida e as redes sociais aproximaram essas relações, tornando as mais desmaterializadas. Por motivo de prevenção, a escola pode fazer a vigilância do que ocorre nas redes sociais associado ao seu nome e a partir daí, tudo o que ocorrer envolvendo alunos e professores. O direito brasileiro garante a liberdade de expressão, mas exige responsabilidade (por isso proíbe o anonimato) e também trata do abuso de direito penalizando quem passa do ponto. Havendo um incidente, a escola deve agir rapidamente para evitar responsabilidade por negligência ou conivência, tendo a obrigação de solicitar a retirada do ar e a retratação. (Cotidiano,19/06/11).

Mas, evidentemente não há consenso e também existem críticas sobre esse acompanhamento que as escolas têm feito e as atitudes tomadas quando algo que desagrada foi postado, principalmente se foram adotadas medidas punitivas.

O gostoso da educação de jovens gira justamente em torno disso: na possibilidade de acompanhar o que está acontecendo no mundo deles para trazer de encontro com temas educacionais. Questões como essas podem render boas aulas de ética e cidadania. Quem sabe até casar com aulas de história ou português? Isso diminuiria o sono que os alunos dessa idade costumam sentir nas salas de aula.
 
Fonte : Dra. Renata De Luca Publicado : 24/06/2011
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