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Dicas de Saúde / Psicologia
 
Espírito de Natal
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São poucas as pessoas que conseguem passar imunes ao espírito de natal. Suas luzes nos convocam, os congestionamentos nos cercam e pessoas distantes nos procuram para ser lembradas. Por ser uma festa tradicionalmente familiar, muitos retornam aos seus lugares de origem para rever os seus e trocar carinhos e presentes.
Alguns nutrem o espírito nas suas igrejas, em preces que alimentam a alma. Outros se fartam em mesas, permitindo um abuso calórico nas deliciosas comidas preparadas por todos. Há os que aproveitam a data para pedir licença para a culpa e se entregar aos excessos: de álcool, de presentes, de palavras. Sim, tem gente que remói incômodos o ano inteiro e aproveita a data para se desculpar, pedir perdão e lavar mágoas, acreditando que o espírito natalino aumentará a reciprocidade do outro e a chance das pazes será maior.
Ponto final para a correria de mais um ano que passou rapidamente e promessa de descanso, uma pausa antes do inevitável recomeço, mesmo que sejam apenas números.
Também é um bom período para jogar fora chupetas e mamadeiras trocando por presentes trazidos pelo Papai Noel. Esse, aliás, deve estar atrapalhado com tantos pedidos, muitos dos quais não são coisas de criança. Alguns adultos se excedem nos presentes para não frustrar seus pequenos, por mais que saibam que isso está errado. Sim, Papai Noel pode dizer não!
Natal também desperta sofrimento, aumentando o número de internações psiquiátricas, de delírios assustadores e melancolia sem saída. Pode apertar o peito e provocar angústia ou uma ausência de sentido que festa nenhuma preencherá, levando a um inconsolável vazio e perda da sanidade.
A saudade também acena e buscamos ter notícias dos distantes, olhar fotos dos ausentes e lamentar a perda dos que viveram ano passado seu último natal; alguns em uma despedida anunciada, outros imprevisíveis. Se soubéssemos que era o último natal, talvez tivéssemos nos dedicado mais em torno dele. Mas como saber?
Alguns trabalham para que aconteça o natal dos outros: servem, limpam, tocam, cantam, levam, trazem, cuidam, olham. Há os que viajam para conhecer outros natais e os que voltam para a mesma festa todos os anos, buscando o conforto na repetição, na segurança da tradição.
O que dar de presente para quem tem tudo? Para quem tem nada? Para quem nada agrada? Para quem está no final da vida e não usará mais nada? Para quem chegou agora e entende nada? Mensagens pouco originais, pois não há coisas novas a dizer sobre algo tão antigo. Enfeitar a casa em excesso, abusar do brilho, de laços, fitas e papéis dobrados escondendo amigos secretos, em um jogo sem idade.
Fernando Pessoa escreveu um poema sobre os sinos de natal, que já na primeira pancada tem som de repetida e faz sentir mais longe o passado e a saudade mais perto. Vinícius de Moraes, em seu Poema de Natal , escreveu para que fomos feitos: braços longos para os adeuses, mãos para colher o que foi dado, dedos para cavar, esperança no milagre. E tem o lindo Cartão de Natal de João Cabral de Mello Neto, que diz assim: Pois que reinaugurando essa criança pensam os homens reinaugurar a sua vida e começar novo caderno, fresco como o pão do dia .
Dia de emoções, de encontros, de festa, de alegria. Que seu natal seja muito feliz! E se esse não for dos melhores, não lamente. Pois também há lugar para a esperança.
 
Fonte : Dra. Renata De Luca Publicado : 24/12/2011
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