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Pároco - Padre Jeronimo Gasques

RETALHOS DE UMA HISTÓRIA

Neste espaço reservado para se contar um pouco de minha historia registro alguns momentos significativos de minha vida. Certamente que a síntese é sempre tendenciosa, pois, ficarão para fora aqueles momento mais marcantes na vida de todo ser humano.

De forma rápida e objetiva aqui estão algumas datas importantes para a minha vida. Alguns fatos que me marcaram de forma histórica. Em resumo, espero que o leitor faça bom proveito e saiba alguns detalhes da vida desse modesto pároco. Sem mais...


14 DE OUTUBRO DE 1946 – NASCIMENTO

Na zona rural do Córrego da Paca do município de Álvares Machado. Nascia um menino. Esse é um belo dia em minha modesta existência aqui na terra. Era madrugada. Minha mãe Josephina e meu pai Francisco se orgulharam de mim, pois havia vários anos de casados e nenhum filho vinha. Nasci de parto natural, em casa, cercado por uma parteira e, certamente, por minha avó Izabel. Meu avo paterno já havia falecido assim que meus pais se casaram. Não o conheci, no entanto, fiquei com uma boa impressão dele pelo que me diziam a respeito. Eles eram imigrantes espanhóis que vieram para o Brasil no inicio do século XX. Em homenagem a ele deram-me o seu nome! Brincadeira. Era costume da família que o primeiro filho teria o nome do avo paterno! Coisas antigas!

No dia 28 de novembro, na igreja de São José, daquele ano recebia o meu santo batismo.


A VIDA DE UM MENINO DA ROÇA.

Vivi toda a minha infância na roça. Aprendi a fazer e fiz todos os trabalhos da lavoura com meus pais e empregados. Desde o capinar, arar, semear, ralear, montar o cavalo, selar o burro, enfim, tudo aquilo que se fazia antigamente na zona rural. Certamente uma vida difícil, mas, construtiva.

Aos domingos ia com os colegas nadar no rio, caçar passarinho, derrubar casas de abelhas para chupar o mel e, no tempo de mangas, roubarem do vizinho. Acho que esse era o meu único pecado de menino. Vejam como eu era bonzinho.

Sempre gostei de ler. Meus parentes vinham de São Paulo e traziam revistas e livros e eu os lia todos com muito interesse. Ficava fascinado com as historias de Tarzan, o rei da selva e a historia do Jeca Tatu. Dentre as que mais me lembro.

Já na adolescência gostava de rezar o terço nas famílias e, em especial, por ocasião das festas juninas e levantar o mastro do Santo com rojões, anisete, bolos e doces. Também já ia às festas nos arredores do bairro montado a cavalo com meus colegas da mesma idade. Depois de muito tempo entendi que eu era muito querido e respeitado pelos vizinhos e confiavam em mim. Tinha uma irmã, a Izabel, que a levava comigo para os passeios e os pais de suas colegas somente confiavam em deixar suas filhas irem se eu fosse com elas! Coisas de antigamente, mas, que refletia certo cuidado pelos filhos.

Nesse tempo já tinha a convicção de que eu não ficaria na roça. Iria para São Paulo onde moravam alguns parentes. Comecei a trabalhar como aprendiz de alfaiate, com o Sr. Oscar, um exigente japonês, mas, tinha em mente que desejava ser padre. Por sinal a alfaiataria era próxima da igreja! Ficava meio dividido. Era um sonho longínquo: ser padre ou ir para São Paulo. Tinha que caminhar bastante e decidir. Alguns vizinhos me apoiavam a achavam que eu seria padre mesmo.

Nesse ínterim comecei a ir à missa na Igreja de São Jose, em Álvares Machado. Eu era fiel. Todos os domingos às 8h00 estava eu lá nos primeiros bancos da Igreja. Lembro-me de quando comprei minha primeira bíblia. Eu a lia de forma exaustiva e por varias vezes à luz da lamparina. Nesse ínterim comecei a dar catequese às crianças do meu bairro. E o padre ficou de olho em mim. Um dia ele me disse se eu não queria ir para o seminário. Não esperei que ele terminasse. Disse sim! Naquele semestre fiz o curso de admissão e consegui passar em todas as matérias e estava preparado para o seminário. Devo muito à professora Neuza que me orientou nesse período.



DEZEMBRO DE 1958 - TERMINO OS ESTUDOS SECUNDARIOS

Na roça tudo era difícil. A pequena escola rural de madeira abrigava alunos da primeira a terceira serie e a professora se desdobrava para ensinar. Mas era muito divertido e os estudos eram levados muito a serio pelos alunos da escola rural. Para terminar o primário dever-se-ia fazer o quarto ano no grupo escolar da cidade. A maioria parava por ai mesmo. Eu fui. Caminhava a pé os seis kilometro até à cidade. Não perdia as aulas. Mais tarde, para continuar os estudos, deveria se fazer um curso chamado de admissão.



12 DE FEVEREIRO DE 1967 – ENTRADA NO SEMINÁRIO DIOCESANO

Lá foi o caipira Jerônimo para o seminário. Arrumei uma pequena mala. Meu pai colocou-a na carroça e fomos para o ponto de ônibus que passava alguns kilometro de casa. O ônibus chegou fazendo uma grande poeira. Subi e fui ate à cidade e, depois, pequei outro ônibus para Presidente Prudente. Desci na antiga rodoviária. Coloquei a mala nos ombros e me dirigi ao Seminário.

Ali começaria uma nova vida. Nunca imaginava e pensava que estava sonhando. Tinha dezenove anos. Um sonho não é desprovido de sofrimento, decepção, lagrima e desânimo. Tudo foi muito difícil. Foram anos penando para me adaptar aquele sistema de estudo e disciplina. Acostumado na roça, agora, disciplinado! Agora não era mais momento de desistir, pois eu queria aquilo mesmo. Eu nunca desisti. De certa forma sofri bastante, pois eu era mais velho que a maioria dos colegas de seminário.



1973 - INICIO DO CURSO DE FILOSOFIA

Para iniciar a filosofia o Bispo, D. José Gonçalves me mandou para ficar um ano em Piquerobi com o Pe. Stroomer. Ali estudei os rudimentos de filosofia, mais um pouco de latim, português e outras matérias. Dava aula de ensino religioso na escola da cidade. Nesse ano faleceu um de meus irmãos. Fiquei balançado. Depois fui para São Carlos fazer os dois últimos anos de filosofia. Nesse período nada de muito interessante a não ser os estudos e a dedicação à leitura de autores de filosofia.


1976 - INICO DO CURSO DE TEOLOGIA

A teologia a fiz em São Paulo, no seminário da Assunção, no Ipiranga. Este foi um grande tempo de aprendizagem para mim. Além dos estudos teológicos, a situação do país era terrivelmente constrangedora. Vivíamos em regime de exceção do sistema militar. Esse período foi enriquecedor para mim. Tempo de resistência ao sistema imposto, passeatas, greves dos trabalhadores, contestação. Muitos prisioneiros torturados; alguns fugitivos da policia, acolhidos em segredo no seminário e eu abriguei muitos deles. Ouvi historias quase inacreditáveis de prisioneiros torturados. Era o tempo onde as CEBs cresciam de forma vertiginosa; era o inicio da teologia da libertação.

Por necessidade pastoral comecei a trabalhar em algumas favelas e bairros carentes da grande São Paulo, onde aprendi muitas coisas com pessoas sumariamente empobrecidas. Vi, ouvi e acompanhei pessoas, padres e irmãs, com um testemunho de pobreza invejável. Parece que era o tempo de grandes homens e mulheres devotados à causa do Reino. Tenho saudade desse tempo e, de certa forma, me puno por não ter a mesma textura de fibra e confiança inabalável.


10 DE AGOSTO DE 1978 – ORDENAÇÃO DIACONAL EM ALVARES MACHADO

Depois de quase concluir o curso teológico chegava o momento de um grande passo: ser ordenado diácono transitório. Foi na minha cidade natal onde recebera o santo batismo. No mês anterior falecera o padre João Salgari da paróquia da Maristela e o bispo diocesano, D. Agostinho, designou-me para trabalhar ali durante esse período ate à minha ordenação. Assim fazia: viajava a cada quinze dias para realizar os batizados e casamentos.


6 DE DEZEMBRO - ORDENAÇÃO PRESBITERAL NA CATEDRAL DE PRESIDENTE PRUDENTE.

Eram 10h00. Sem pompas e com muita simplicidade deitava-me no solo frio da Catedral para dizer o meu definitivo sim. Parecia que se encerrava mais uma grande e difícil etapa de minha vida.

Continuei atendendo a Maristela e estava decidido que ficaria ali como padre ou iria para Presidente Venceslau. Tudo dependeria do Conselho de presbíteros. Mas não. Nesse momento o pe. Geraldo Batagline se desliga do curato da Catedral e o Sr. Bispo me pede para eu assumir aquela igreja. Para lá fui sem a mínima idéia do que seria todo aquele trabalho.



18 DE DEZEMBRO DE 1978 - ASSUMO A CATEDRAL COMO CURA

Alguns dias antes do Natal tomei posse como cura da Catedral. Uma senhora olhou-me e disse: ele não vai aguentar. É muito novo. Eu era realmente raquítico, franzino e introvertido. Estava assustado com tudo aquilo que estava me acontecendo. Mas por aqui fiquei por quase sete anos.

Foram longos anos de trabalho e de experiência inesquecíveis. Ali aprendi muita coisa. Era como uma nova escola. Tudo era novo para mim. Criei muita confusão, desentendimento e provoquei muitas pessoas ao anuncio do Evangelho e que pensavam que tudo era coisa de minha cabeça. Eu era controvertido. A Igreja estava sempre cheia e, de certa forma, foi um reavivar de trabalho na cidade. As pessoas se assustavam comigo; outros entendiam. D. Agostinho, embora, não concordasse com muitas de minhas atitudes, me apoiava nas horas mais difíceis. Criei desentendimentos com a policia federal e era fichado por ela. Diziam que eu era subversivo! Achavam que era coisa de padre novo. Mas eu era serio e me preparava para o embate. Sempre gostei de estudar e o fazia com muito gosto.


EM 1982 – ESCREVO MEU PRIMEIRO LIVRO

Em meio aos trabalhos da paróquia assumia a coordenação da pastoral da juventude da cidade e, depois, da Diocese. Comecei a participar dos encontros da diocese e do Regional da CNBB. Preparava meus textos de reflexão e, por fim, apresentei às Edições Loyola um texto chamado: a consciência critica no mundo jovem. Mais tarde aprovado e publicado. E assim comecei a escrever muitas coisas ate atingir os meus vinte e seis livros.



1983 – INICIO O MESTRADO EM TEOLOGIA DOGMATICA

Não satisfeito com a minha vida de pároco resolvi continuar os meus estudos. Eu sempre desejei ser professor de teologia. Comecei a viajar para São Paulo para fazer o meu mestrado em teologia. Foi difícil devido a distancia, viagem semanal e pouco tempo para os estudos de pesquisa. Consegui terminar as diciplinas e, agora, era o momento de preparar uma tese e defende-la. Isso eu não consegui.


15 DE OUTUBRO DE 1985 - VOU TRABALHAR POR QUATRO MESES EM PIQUEROBI

Nesse ínterim houve muitas turbulências em minha vida. Estávamos no Ano Internacional da Juventude e a CNBB havia-me oferecido uma proposta para trabalhar como assessor da PJ residindo em São Paulo. Com isso deixei a Catedral e fui para Piquerobi por alguns meses até acertar a situação com o meu bispo.



EM FEVEREIRO DE 1986 - VOU PARA SÃO PAULO A TRABALHO DA CNBB

Foi a fase mais cruel de minha vida e a mais enriquecedora também. Como não tinha nada a não ser os meus livros fiquei numa situação de penúria e sem dinheiro, pois, nunca havia recebido nada por trabalhar na Catedral. Havia feito um voto de nada receber pelo meu trabalho. Eram os bons tempos do documento de Puebla e da teologia da libertação. Tinha apenas alguns trocados para passar uns meses apenas. Ali receberia apenas um salário mínimo, casa para morar e passagens somente. O restante era por minha conta. Mas como? Um grande amigo, Mons. José Antonio, me socorria nas horas mais criticas.


RESIDO NA VILA NHOCUNE REGIAO DE SÃO MIGUEL PAULISTA

Fui morar em uma vila isolada da grande São Paulo. Um bairro bastante pobre e ao lado de famílias desajustadas por crime, roubos etc. Fiz amizade com essas pessoas, mas eles me roubaram quase tudo que levei daqui. Fiquei tão somente com algumas roupas. Era um quase desastre. Mas eu gostava do que fazia. Passei varias noites frias no terminal rodoviário do Tiete. Chegava de madrugada das viagens pelo Brasil afora e não tinha ônibus para voltar para casa, nem dinheiro para táxi e tinha que esperar ate às cinco e meia quando do primeiro metro.

Contudo Deus me abençoava sobremodo. Eu estava fazendo tudo aquilo por acreditar no meu trabalho pastoral. Era uma causa pelo Reino. Também essa deveria ter sido a minha missão por aquele tempo. Não me arrependo. Conheci muitas pessoas e aprendi a conviver com a pobreza e simplicidade de padre. Ali animava, quando podia, a comunidade de Nossa Senhora de Fátima e celebrava na paróquia de Santa Teresa em Artur Alvim. Foi um tempo de grande aprendizado para mim.

Nesse período perdi o meu pai. Terminava o meu compromisso de três anos e agora era momento de decidir para onde iria. Recebi, na época, varias ofertas: continuar em São Miguel Paulista; ficar com os Jesuítas, pois eles estavam iniciando um centro de formação apara a juventude; trabalhar na Arquidiocese de São Paulo; ficar com a Editora Vozes que me convidou para o trabalho de revisão de livros em formação para a juventude. Enfim, acabei decidindo voltar para minha diocese.


EM AGOSTO DE 1988 - VOLTO PARA PRESIDENTE PRUDENTE

Nesse ínterim comecei a viajar para Prudente e comecei a visitar a futura paróquia de São Francisco, no jardim Everest. Não tinha quase nada a não ser a igreja de madeira e a construção de um salão paroquial ao lado. Não havendo onde morar, fiquei por alguns meses residindo no Seminário, depois, uma família amiga me ofereceu a sua casa para eu ficar mais um tempo. Assim fui me estabelecendo naquela nova paróquia. Quase não havia asfalto e poucas casas à exceção da COHAB e CECAP.


NO DIA 4 DE OUTUBRO DE 1988 - TOMO POSSE COMO PAROCO DA RECEM CRIADA PAROQUIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Corrigindo: no dia 4 de outubro foi criada paróquia; dia 30 de setembro foi a minha nomeação de pároco e 25 de dezembro foi a minha tomada de posse. Ali estava o meu futuro e desafio pastoral. Encontrara, decerto, uma inspiração em São Francisco: “o amor não é amado”. O bispo me desafiara: quem sabe ele fará alguma coisa! Tomei aquilo como desafio. Morrerei, mas não desistirei! Quando o bispo me levou para apresentar a paróquia fiquei quase desanimado. Se São Paulo era difícil, aqui, era um desafio maior e singular. Mas assumi o compromisso compartilhando, humildemente, com Francisco de minha pobreza. Logo, eu tinha que dar conta do recado e mostrar serviço!

Amei muito aquele povo de forma irrevogável e agradeço por tudo que aprendi! A região foi desmembrada da paróquia de São José. O Mons. João do Rio apenas entregou a região para mim. Não me deu nem um cálice para celebrar missa. Também nada pedira nem a ele e nem ao bispo D. Agostinho. Fiquei ali por longos dezesseis anos.

Estava tudo por fazer. A região oeste ia até Magalhães e Caravinas. Além da comunidade de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, São Francisco, São Benedito e Santo Agostinho que se celebrava nas casas. Fui comprando terrenos, criando outras comunidades: Nossa Senhora da Graça, Santa Clara, São Gabriel, oratório de Santa Paulina, Santa Maria dos Anjos, Santo Expedito, São Lucas, São Paulo, Ana Jacinta, Vila Real que, depois, se tornaram duas novas paróquias.

Naquele tempo havia pouco asfalto. Quantas foram as vezes que fiquei com o velho fusca e emprestado atolado na lama. Não havia carro, nem telefone, nem casa para morar, nem secretaria. Eu era sacristão, secretário, padre e muito mais. As missas eram celebradas debaixo da lona, ao relento quando não chovia, debaixo das árvores e a catequese era feita nas casas por não haver salas para abrigar as crianças. Assim também eram os cursos de noivos, batismo e etc. Comecei a construção da casa paroquial e do centro de catequese da matriz. Depois, as capelas, os centros de catequese e salões comunitários em todas as comunidades. O grande incentivo para a proposta de pastoral Francisco 2000 era a construção da nova Igreja, da fraternidade São Damião e um espaço para a espiritualidade na zona rural com o centro de formação dedicado ao grande Santo Inácio de Loyola.

Nesse período descobri o dízimo. Quase tudo o que havia era feito com festas e promoções. Não achava aquilo certo e havia a necessidade de se investir na formação da Palavra de Deus. Comecei a campanha de animação bíblica e a evangelização em destaque com a Bíblia. Tudo começou a mudar. Criei um jeito diferente de fazer a pastoral do dizimo. Formação de agentes de pastoral com destaque ao compromisso com a Palavra de Deus.



NO DIA 1 DE FEVEREIRO DE 2004 - TOMO POSSE NA PAROQUIA DE SÃO JOSE EM PRESIDENTE PRUDENTE


Depois de dezesseis anos o Sr. Bispo D. José Maria achou por bem fazer uma mudança de paróquia. Conversamos bastante, mas a idéia principal era a mudança de paróquia. Assim aconteceu que eu vim para São José.

Nossa, foi horrível. Chequei antes das sete horas. A missa era às sete horas e trinta. Ninguém me esperava. A maioria nem sabia de mudança alguma. Parecia que tudo estava guardado num supremo segredo ou num desencanto de uma má vinda. Eram menos de cem pessoas e à noite não foi tão diferente. Acostumado com uma assembléia de milhares de pessoas, agora, reduzido a algumas centenas. Mas não culpo o povo de minha querida paróquia. Eles tinham também seus motivos. De certa forma ficaram assustados devido a minha má fama!

Terminada a missa da Matriz fui para a comunidade de São Cristóvão. Ali foi pior ainda. Percebi a situação daqueles que mandavam na comunidade. Parecia-me perdido e não acreditando no estava pressentindo.

Não tinha onde morar. Deixei o Mons. João do Rio na casa paroquial e eu construí uma edícula em um terreno de minha propriedade no Jardim Novo Bongiovani. A historia parece que estava se repetindo. De inicio fiquei muito desmotivado, mas entendi que devia levar a minha missão avante.

Chegava bem cedo à igreja para conversar com as pessoas. Comecei a fazer amizades. As pessoas iam contando como era a paróquia. Eu as ouvia com muita atenção. As reuniões de organização eram motivadas por alguns desentendimentos. Ate o mês de agosto daquele ano construí a modesta casa onde resido de noventa metros quadrados. Fiz uma reforma no salão para abrigar a secretaria paroquial e, em setembro, do mesmo ano, iniciei a reforma da igreja. Todos pensavam que eu estava louco. Não havia dinheiro para todo esse investimento. Mas, de novo, o dizimo veio em meu socorro. Fiz a proposta de crescer quinhentos por cento e consegui. Alguns riam. Foi uma verdadeira vitória.

Ate o final de 2005 terminei de fazer toda a reforma da igreja no que tange à parte de pedreiros e troquei o telhado da Igreja no ano seguinte. Para completar a reforma da igreja serão necessários a mudança de toda a parte elétrica, pintura, forro e ar condicionado. Tudo isso estamos fazendo – considerando que escrevo este texto em setembro de 2006 -. Demoli um pequeno salão ao lado da Avenida para alocá-lo e, depois, a reforma do salão paroquial e a reforma do antigo salão paroquial anexo à casa onde resido. Também faremos um reforma geral na comunidade de São Cristóvão. Tudo isso será feito ate o ano de 2010, com a graça de Deus e a proteção de São José.

Viver aqui para mim, hoje, é muito gratificante. Aprendi muita coisa importante. Consegui cativar muitas pessoas que estavam afastadas e outros que estavam esquecidos pela comunidade. A comunidade tem dado respostas eficientes de organização e cooperação. Considero todos os aspectos no qual a comunidade viveu durante esses longos anos com o Mons. João do Rio. A comunidade está cuidando dele de forma a não lhe faltar nada assumindo todas as suas despesas sem lhe cobrar absolutamente nada. Certamente que a sua enfermidade o faz distante, e deslocado de tudo que acontece em sua antiga paróquia.

Agradeço a todos os meus paroquianos e, de modo especial, aqueles que entenderam a minha proposta. Todos são meus colaboradores. A este veículo de comunicação e a equipe de seus idealizadores para a dilatação do Reino de Cristo.

A todos os que lerem estes retalhos de uma historia uma benção especial na intercessão de São José. Muito agradecido.


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